O Circo Rataplan

O Circo Rataplan, de Pedro Veiga, é dirigida por Samuel Santos, o mesmo encenador da peça Amor do Galo pela Galinha Dágua. Cheia de referências a jogos de poder entre "os que mandam" e os "que obedecem", ecos dos anos de ditadura em que foi escrita, a peça mostra as injustiças de Dom Furioso, dono de um circo, contra o palhaço Rataplan. Contando com a ajuda do Mágico Fu-Ligem, o malévolo empresário tem que enfrentar a revolta de animais e de outros personagens do circo contra aquela situação. Sem ressaltar o panfleto político, valorizando as premissas surreais da história (bichos que falam, magias do bem e do mal) o diretor faz a trama fluir com graça e encanto. Evocando o espírito das brincadeiras infantis de outrora, cujo exemplo clássico é o "Circo de Escavalinhos" da boneca Emília, de Monteiro Lobato, os atores compõem - uns com mais elaboração do que outros - criaturas empáticas como a Onça, o Coelho, o Macaco, o Urso e a bailarina. Na última foto, o diretor Samuel Santos, a iluminatriz Naná Sodré e eu. A peça está em cartaz aos domingos, às 10h30, no Teatro Waldemar de Oliveira. Veja no primeiro comentário a ficha completa com elenco e técnica.

Cegonha boa de bico

Esta semana, imagens de Cegonha boa de bico, texto de Marilu Alvarez, com direção de Rudimar Constâncio e produção da Troupe Teatral Espantalho, de Arcoverde (PE). Na trama, as brincadeiras de um grupo de crianças incorporam dúvidas e descobertas sobre amor, namoro, primeiro beijo, casamento, sexo e família. O espetáculo tem música ao vivo (com músicos caracterizados como uma banda de circo), é divertido e visualmente muito bonito. Se o texto parece datado – diante do que hoje inúmeras mídias expõem para quem quiser ver – o diretor cuida para minimizar o que poderia ser um problema: constrói a encenação recorrendo a elementos do universo circense, enfatiza o lúdico e o poético e cria momentos oníricos, compondo um todo que valoriza a idéia de que a sexualidade – tenha as formas que tiver – é só detalhe na imensidão do ser humano e do mundo onde vivemos. A peça já fez temporada no Recife (onde recebeu vários prêmios) e em muitas cidades nordestinas. No elenco: Ana Paula Arcoverde, Edes di Oliveira, Mario César Torres, Miro Carvalho, Pedro Gilberto e Wanderlucy Bezerra.

Prêmio

Agradeço à Ana do Roccana Sobre Várias Coisas que indicou este Liperama para o prêmio Blog com Tomates, para sites que fazem refletir sobre a realidade. Faz parte da premiação indicar mais cinco. Aí vão minhas indicações:

Casa da Mãe Joana, da Vivien
Gênero Cinematográfico, da Cynthia
Lágrimas Lavadas, da Aleksandra
Não Mate o Mensageiro, do Caio e
Sítio da Maricota, da Mariana

O amor do Galo pela Galinha Dágua

O premiado musical infanto-juvenil O amor do Galo pela Galinha Dágua encerra temporada no próximo domingo, dia 17/06 (Teatro do Parque, sáb e dom., 16h30). Evocando imagens e personagens do carnaval de Pernambuco, a peça conta como o galo perde sua amada nas correntezas de um Capibaribe poluído, para depois tentar resgatá-la com a ajuda de figuras como o Azulão, o Elefante de Olinda, a Cabralada, os reis do Maracatu, os caranguejos do mangue e muitos outros. Belo espetáculo, construído com soluções simples e criativas, como o próprio Carnaval destas terras. Bom e afinado elenco, disponível para o jogo lúdico proposto pelo diretor (e autor) Samuel Santos, todos com muita alegria genuína para oferecer à platéia. Na técnica, artistas igualmente inspirados: Demétrio Rangel (direção musical), Otacílio Jr. (coreografias), Java Araújo (direção de arte) e Naná Sodré/O Poste Soluções Luminosas (iluminação). No elenco: Alexandre Sampaio, Luciana Pontual, Leidson Ferraz, Emmanuel David D’Lúcard, Beto Nery, Hilda Torres, Andreza Nóbrega, Soraya Silva, Márcio Tomaz, Amaro Vieira, Vanessa Lourena e Augusto Mendonça. A produção é da Galharufas Produções e Quadro de Cena.

Dramalhaço

Dramalhaço - O olhar do palhaço sobre a cidade, dos Doutores da Alegria - Recife, estará em cartaz até 1º de julho no Teatro Armazém 14 (sábados, às 21h e domingos, às 20h). Idealizada pelo próprio grupo, que colheu nas ruas as referências para este trabalho, a peça focaliza o que há de inusitado e cômico no cotidiano de grandes centros urbanos. Além dos textos criados pelo grupo, foram livremente adaptados alguns trechos da obra de Luís Fernando Veríssimo e Hugo Zorzetti.

O diretor musical e encenador é Fernando Escrich, que conta com Kléber Lourenço como assistente. No elenco, Enne Marx, Luciana Pontual, Luciano Pontes, Marcelino Dias, Nicole Pastana e Ronaldo Aguiar. O visagismo é de Fernando Costa. Cenário de Luciano Pontes, iluminação e técnica de luz de Luciana Raposo; DJ convidado: Hiran Hervée. Carlos Eduardo Bione e Renata Pimentel fizeram a revisão dramatúrgica.

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