sábado, dezembro 30, 2006

Feliz Ano Novo



















Desejo tudo de bom e de melhor para vocês, meus amigos e visitantes, neste novo ano e em todos os momentos de nossas histórias.


P.S.: O Liperama vai dar nova parada até o dia 02 de janeiro de 2007.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Relatividade



















De longe o forte é só um fortim, sem peitos, por que são cúpulas, nem pintos, pois são, antes, pontas. Parece até um bolo de noiva, comemorando o casamento da baía com os pescadores que vão e vêm. Quaisquer pescadores, de qualquer época.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Dimensões



















Não creio que valha a pena saber quantos mundos existem num mundo. Já é suficientemente trabalhoso lidar com a idéia de que há mundos partilhando um mesmo mundo.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Lorca

Aconteceu semana passada a estréia de Bodas de Sangue, de Federico Garcia Lorca, direção do professor Daniel Marques com a turma do Módulo 5 da graduação em Artes Cênicas (Interpretação) da Escola de Teatro da UFBA.





























sexta-feira, dezembro 22, 2006

Bom Natal

Queridos amigos e visitantes, desejo que cada um de nós possa se manifestar como o Papai Noel de si mesmo, das pessoas que ama, dos vizinhos, de seu meio, não como aquela criatura mítica que simplesmente realiza desejos, mas como quem oferece sua presença como inspiração para que todos realizem seus próprios sonhos, confiantes na possibilidade dessa concretização, sem receios, nem dúvidas, em paz. E independentemente disto ser mais uma de minhas viagens, é óbvio que desejo a todos um belo e muito feliz... Natal!


P.S.: Excepcionalmente, só haverá novos posts no Liperama a partir de 26 de dezembro, terça-feira próxima.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

terça-feira, dezembro 19, 2006

Riscos



















O maior risco de se divertir criando riscos aleatórios de luz é a gente perceber que não é necessário entender algo para se gostar daquilo. Brinca-se e isso já é bom o bastante.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Ataque e defesa



















Quem brinca com fogo nem sempre sabe o que está fazendo. Quem se defende nem sempre nota que também está atacando.

domingo, dezembro 17, 2006

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Ângulo



















É possível olhar a mesma paisagem segundo mil ângulos distintos. É possível se surpreender com cada um deles. Mas também é possível não crer nessa possibilidade e se contentar com uma única e imutável versão da mesma paisagem.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Ida



















O sol que se vai é força de expressão. Em relação à nós, parece que ele gira, mas quem gira é a Terra. Em relação ao sistema solar, o sol não sai do lugar. Em relação ao universo, só Deus, que vê as coisas de longe, sabe o que esse sol apronta por aí.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

terça-feira, dezembro 12, 2006

Interferência

Imagens de alguns trabalhos da interferência artística realizada no dia 9 de dezembro nas ruínas da antiga - e bela - fábrica de refrigerantes e cristais Fratelli Vita em Salvador. O evento foi coordenado pela professora Viga Gordilho (que também criou a instalação com os tsurus mostrada na segunda foto), como atividade de conclusão da disciplina Processos Criativos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA. Nas quatro últimas fotos, a aluna-mestranda Renata Cardoso leva adiante o trabalho que mostrou há alguns meses aqui no Liperama, desta vez com a colaboração da atriz Samanta Olm.






























segunda-feira, dezembro 11, 2006

Sorvetes



















No meio do calorzão imenso, segue a lista completa da Sorveteria da Ribeira, onde a Juliana da música "Domingo no parque", de Gilberto Gil, teria comprado um vermelho sorvete de morango. Para ver melhor os sabores, é só ampliar a foto.

sábado, dezembro 09, 2006

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Mãe da cidade



















À época da fundação de Salvador, a primeira ermida construída foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Praia. A antiga ermida tornou-se essa igreja da foto, que fica significativamente voltada para o grande útero inspirador que é a baía de Todos os Santos. Salve a Grande Mãe!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

terça-feira, dezembro 05, 2006

Natal comercial



















- O que é que ele tem que está tão pensativo?
- Contei pra ele que o Urubu-Noel não existe.

domingo, dezembro 03, 2006

Lixo



















O lixo tem a ver com o preconceito que se tem com a possibilidade de transformação.

sábado, dezembro 02, 2006

Aperto



















Tem umas pedras no meio do caminho... mas bem que a gente pode pensar em compor uma cena legal com elas.


sexta-feira, dezembro 01, 2006

quinta-feira, novembro 30, 2006

sábado, novembro 25, 2006

Fauna urbana IV

Herdeiro da nobre linhagem de besouros aviônicos, o navinseto anuncia o mico aéreo que paguei e que está hoje aqui narrado atendendo à convocação do Leonardo do blog Indizível e seu novo projeto Mico publicável. Leia o mico liperâmico após a foto do navinseto.



















Eu tinha catorze anos, vinha de Belém para Recife num avião com meu pai. Em Fortaleza, última escala da viagem, entraram vários artistas que haviam feito um show naquela cidade. Lembro de Chacrinha e de Wanderléia passando pelo corredor.

Naqueles anos eu enjoava muito quando andava de avião, especialmente em viagens longas. Até ali eu estava bem. Achei que ia chegar no Recife sem problemas, mas quando o avião começou a descida, passando por dentro das nuvens, balançando e dando aqueles sobroços frios na barriga dos passageiros, procurei o saquinho de plástico e vomitei. Era, porém, um saquinho com o fundo furado e o líquido vazou no meu colo, na cadeira, na minha calça, o caos. Papai sorriu, pediu calma, chamou a aeromoça. Ela trouxe toalhas, sorrisos e mais saquinhos. De vez em quando voltava e perguntava se estava tudo bem. Não estava. Mas eu não falei isso para ela.

Minha calça marrom tinha ficado com uma área escura indicadora de umidade justamente nas partes mijantes, cagantes e adjacências. E o avião estava pousando, aquela umidade não ia secar assim. O avião pousou. Torci para abrirem também a porta de trás, como aconteceu em Fortaleza. Claro, pois estávamos sentados quase no fundo do avião e, se a saída fosse pela frente, eu teria que cruzar todo aquele corredor, desfilando evidências que poderiam dar a impressão de que eu havia me borrado todo. E eu só vomitei.

Acontece que mico que é mico, quando se instaura não tem apelação e no Recife resolveram abrir somente a porta dianteira. Lá fui eu, com meu pai na frente - eu pedi a ele - para ver se me escondia um pouco: não sei porque eu me sentia mais envergonhado de parecer ter me urinado do que dar a idéia de que havia me cagado todo. Seguro da eficiência do escudo paterno, comecei a me sentir menos desconfortável, apesar de sentir a calça molhada arranhando minha virilha. Ajudava também o fato de que tinha muita gente saindo na escala, o corredor estava cheio, todo mundo se emprensando e eu pensava: "ninguém vai ver nada na minha roupa nesse vuco-vuco". Porém, lá perto da porta de saída, na primeira classe, vi emergindo altaneiro do encosto de uma cadeira, o cabelão armado cor-de-fogo da Wanderléia.

A luz do sol entrava forte pela porta aberta e a fila parecia mais frouxa naquela área. Entendi que, ao passar por ali, eu certamente ficaria muito mais exposto. Ah, eu nem olhava para os lados. Pelo canto do olho via aqueles cabelos ruivos se aproximando, meu coração aos pulos, acho que eu nem estava respirando. Passei junto da Wanderléia dando um jeito para a minha valise à tiracolo esconder a umidade do traseiro e, quando pensei que tinha conseguido me livrar daquele mico interminável, ouvi uma voz feminina com sotaque carioca comentando com alguém: "nossa, aquele ali se vomitou todo, olha esse cheiro, ai, coitado, que horror!"

sexta-feira, novembro 24, 2006

Fauna urbana III

Se as borboletas sonham, certamente sonham sonhos incomuns. Ainda que elas mesmas pareçam comuns.