domingo, dezembro 09, 2007

A metamorfose

A célebre criação de Franz Kafka ganhou mais uma versão para o teatro através do Núcleo de Pesquisa do Teatro Experimental de Arte (TEA), de Caruaru. Nesta releitura Gregor Samsa, o homem que pouco a pouco muta-se em uma barata, não é o narrador da história. O destino do personagem nos é revelado pelas suas mãe e irmã, interpretadas por Juliana Cristina Soares e Geysiane Pereira de Melo. A direção de Fábio Pascoal reconstrói a claustrofóbica narrativa através de um ritmo lento e de silêncios preenchidos pela ansiedade das personagens, tornada visível através de cuidadoso trabalho de contenção de gestos e emoções. O desafio do minimalismo interpretativo assumido pelas duas jovens atrizes - no qual a Mãe mostra maior domínio - contrasta com a meticulosa reconstituição de uma copa, onde uma cafeteira ferve sobre a chama azulada de um fogão real. A ação que se dá em semelhante cenário evoca a apatia, as grandes dores e pequenos prazeres da intimidade burguesa, bem como o que disso nos toca a todos. Belo e inquietante, este A metamorfose não trai a obra que o originou.

























9 comentários:

isa disse...

que lindo, felipe! estava pensando... estamos inaugurando o curso de teatro, licenciatura, aqui na ufpel. sera que gostarias de vir fazer uma palestra, um curso por aqui? me manda dizer como faço para comprar teus livros, que quero passar isto para os professores do curso de teatro daqui. beijos!

Anônimo disse...

Fippo querido,
que janela marvilhosa é este seu blog! Para o teatro, no geral, e para o pernambucano, em particular.... Viva!!!!
te amo pra cárai!
bjka iluminada, assim, com pisca-pisca-e-tudo...

Luiz Felipe Botelho disse...

Idéia muito bacana, Isa.
Gostaria sim.
Quanto aos livros, tem alguns que posso ceder e outros que consigo com desconto na editora. Podemos combinar isso por e-mail. Te envio uma lista, você escolhe os que achar interessantes e aí te mando pelo correio. Caso haja algum custo extra você pode depositar na minha conta, ok?
Bjão

Luiz Felipe Botelho disse...

Nil, que precioso isso que me dizes! Que bom que meu brinquedo tb vale como janela. Vai ver isso é qualidade de todos os brinquedos brincados com o coração: são todos janelas para os corações de muita gente.
Te amo muito tb!

Anônimo disse...

Belo texto Felipe. E estas impressões da peça também são as mesmas minhas. Acho que esse Núcleo de Pesquisa deu um novo fôlego ao TEA (Teatro Experimental de Arte). Viva o teatro caruaruense! E viva o amor que você tem a esta arte! Valeu, cara. Abração, Leidson Ferraz

Luiz Felipe Botelho disse...

Viva, Leitinho!
É bonito ver o empenho da galera
encarando desafios, experimentando, ousando.
Te agradeço o comentário carinhoso.
Abração

Barbalho Pontes disse...

Felipe maneiro esse teu espaço, o teatro só tem a agradecer ao grande autor que você é!!! olha disponibiliza teu e-mail que quero te enviar um texto meu pra tú ler...


Abraços!!!

Luiz Felipe Botelho disse...

Agradeço tuas palavras, Alesxandre.
Quanto ao e-mail, deixei de divulgá-lo por aqui e ainda não parei para abrir um alternativo para essas ocasiões. Se você não se importa, pode me dar o seu e-mail que garanto que entrarei em contato.
Abraço

DOENTE disse...

lipão, suas palavras definem bem essa metamorfose do TEA, atravez da núcleu que o fábio encabeça com toda sua meticulosidade e sensibilidade, dividindo o espetáculo com criação das meninas.Com destaque pra JU que é uma ATRIZ que promete!