Falando em obras armoriais, seguem fotos de um trabalho que também estava na exposição que homenageia Ariano Suassuna (ver post de 01/07/07) mas que rendeu tantas imagens que preferi deixar para fazer um post só para ele. Trata-se da "Coluna totem móvel”, criada em cedro policromado pelo artista plástico José Barbosa. Assim, fica registrada em separado mais essa expressão de multiplicidade na unidade, imóvel móvel propriamente dito.
14 comentários:
Minha avó tinha uma mesa com gavetas, o pé único também era um armário com porta onde cabíamos dois de seus netos. Minha avó tinha um oratório com a bandeira do Pará a servir-lhe de fundo com imagens dos santos e dos caboclos da umbanda. Tinha um genuflexório em madeira proibido ao nosso uso. Misturando tudo só nos meus sonhos eu poderia conceber algo assim. É uma alegria vê-lo concebido.
Legal, Fábio. E percebo nessas memórias que o totem te pegou pela criança, não foi? O mesmo aconteceu comigo. Fiquei um tempão admirando a obra, cada cantinho. Me disseram na hora que a minha cara era de um guri fascinado com um brinquedo e, de fato, pra mim era como um grande quebra-cabeças, um canto misterioso pra se brincar de guardar ou encontrar coisas. Viajei no totem. Queria ter um desses na minha casa. Fiquei até com vontade de fazer um pra mim, porém mais com minha "cara".
Muito bom saber desse totem. Eu amei. Também lembrei de um móvel antigo da casa de minha tia. Nós a chamávamos de Tia Velha (na realidade, era Tia "Véia") e até hoje eu não sei como era seu nome real. No espaço que havia em um vão do móvel, cabíamos direitinho minha prima e eu. E nós transformávamos aquele espaço em tudo: carro, casa, avião, lanchonete... Nosso totem particular. Valeu, Lipe !!! Que lembrancinha boa. greycebraga@uol.com.br
Tótem bombril, mil e uma utilidades... gostei! Mesmo!
Pois então, Greyce! Certos móveis antigos em casas de parentes já são uma brincadeira em si: cristaleiras que mais pareciam vitrines de bibelôs, armários cheios de portinhas e gavetas cheirando a madeira e óleo de peroba, coisas que parece que ficaram no passado e dificilmente chegaram aos nossos estranhos dias tecnológicos, virtuais, frios, plenos de vida artificial. As vezes fico tão cansado do cinismo que o cotidiano parece nos obrigar a incorporar, que sinto saudades do tempo em que, para dar tempo ao tempo até retomar a respiração tolhida pelas pressões do "tem-que-ser-assim", bastava me esconder na mala grande que ficava no quarto dos meus pais e esperar uma ou duas horas no mais compreensivo e acolhedor silêncio.
É mesmo, sócio! É um totem bom bril! :)
Mas, Mestre Lipe, será que o Barbosa queria que a gente fechasse e guardasse ou abrisse e descobrisse?
Segredos de Totem...
Beijim, saudades de tu,
Tommy
Tommy!!!!
acho que o Barbosa estava sonhando com a própria liberdade de sonhar e, como todo artista que se entregou a si mesmo, parece estar compartilhando isso com a gente.
Saudoso também.
Beijos
Felipe
Também quero!!
Vou procurar uma poesia naquela coleção "Mundo da Criança" que fala como as crianças adoram esconder/guardar seus tesouros!
Este totem é perfeito para guardar o nosso encantamento de crianças!!
Esse totem é o máximo, as fotos são lindas e os comentários são incríveis: todo mundo se remeteu à mesma coisa! Quem bom que um monte de gente teve avó, ou tia véia, ou...
Verdade, Ana. A coleção Mundo da Criança era muito linda! Li muitas histórias nela, aprendi mágicas, brincadeiras, poemas.
Legal essa lembrança. A multiplicidade de conteúdos do Munda da Criança tem tudo a ver com o Totem. Era um totem literário-infantil.
Isso, Jacyan.
Ah, se o Barbosa aceitasse encomendas a um preço interessante... Garanto que todo mundo aqui ia querer um.
o mais legal do totem foi a assinatura do fotógrafo;)
Ahahahahah!
É porque tem o registro de dois artistas na mesma imagem. ;)
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