Vi essa construção por acaso, quando passava por Pesqueira, uma cidade do agreste de Pernambuco. Os transeuntes com quem falei disseram que era a residência de um empresário, mas não sabiam informar mais nada. Mesmo assim, ainda que dissessem qualquer coisa ou mesmo quando soubermos das origens dessa obra, duvido que seja suficiente para descrever o impacto que é deparar-se com ela. Lembra um pouco de Gaudi, não acham? Especialmente no destemor em concretizar o delírio.
19 comentários:
Lipão,
que maravilha esta casa!
Acho que é mesmo o destemor de sonho realizado. Porque por vezes a gente sonha, mas deixa lá quieto.
Mas isto é uma verdadeira Fortaleza ou Marco de Pedra, como diria Dom Pedro Diniz Quaderna.
A Angela adorou o cão hierático, ou antes o perro hierátíco que aquele não pode ser chamado de cachorro não.
Forte abraço
Parece cidade cinematográfica em meio ao ageste! PUxa, cara! Valeu pela sensibilidade em compartilhar esta parte de uma possível Atlântida.
Grande Daniel!
Bom te ver por aqui.
Pois é, eis aí uma casa armorial com certeza. E continua em obras.
Também fiquei impressionado com el perro. Ficou um tempo nos observando quieto por trás das colunas até resolver se mostrar como está na foto. Realmente não agia como cachorro não.
Depois de olhar pra essa casa fiquei me achando tão tímido no meu sonhar...
Abração pra ti e pra Anginha
Massa, Cajaíba.
Olha, quando vi essa casa de longe pensei em mil coisas: que era uma refinaria, igreja, escola, a casa de algum artista plástico ou mesmo uma ruína. Espero que um dia o dono da casa fale um pouco dessa obra atlante.
Sócio, que troço feio da pôrra!!! :D
LIpe, lembre do carteiro Cheval e seu Palácio Ideal,na França. Eu adoro essas maluquices, que recriam, sem censura, o espaço e a imaginação.
bj
maristela
UAU!!! Belíssimo exemplar de Arquitetura Kitsch!
Haja teoria da arquitetura!!!
Olá Felipe! Soube que vens. Te espero então. Interessantíssima construção a desta postagem. Inevitável dizer que é armorial. Resquícios monarquistas à parte nossa imaginação nordestina é armorial. Viva Suassuna!
Era necessário outro comentário para a foto do cão pastor com os anjos protegendo o muro. Mais atávico impossível. O Anúbis globalizado.
Pra você ver, sócio, eu mesmo tenho um problema sério para definir o que seja bonito ou feio. Na verdade acho que nem sei o que é uma coisa ou outra. Sei que tem coisas que me encantam e me atraem e outras que me incomodam e me afastam.
Verdade, Maristela. Esse lance da auto-censura nas formas de expressão é algo mais presente na nossa sociedade do que podemos imaginar. Foi isso que me impressionou nessa casa. A capacidade do cara de se expor dessa maneira. É como se a gente pudesse entrar nos sonhos dele. Sei de muitos artistas que recuam na hora quando percebem que estão se expondo a tanto. Preferem ficar no "belo", no "certo", na periferia de si mesmos. E eu entendo essa opção. Qualquer um tem medo de ser ferido naquilo que tem de mais delicado.
Pois é, Fábio, é armorial mesmo.
É como um castelo de cartas de Tarot, um aparente caos com lógica própria, uma esfinge propondo seu auto-desvendamento aos passantes.
A gente se vê!
Abração
Anúbis!
Eu sabia que essa imagem do cão me lembrava algo. É mesmo a imagem atualidada do próprio!
Lembra Gaudi sim, mas sem senso estético. No final impera o mau gosto que só quem tem $$$ pode comprar.
Mas que deve ter sido um surpresa interessante dar de cara com esse "palacete" deve...!
Um beijo
tita
Poxa, Tita, "Gaudi sem senso estético" é otimo!
Mas te confesso que não acho um trabalho de mau gosto. Claro que reconheço que não se trata em absoluto de um trabalho com o refinamento e o apuro estético de Gaudi, porém a matriz onírica é a mesma. O sonho é democrático e não serve só aos que se aprimoraram como artistas. O fato é que eu gosto dessa obra louca, sobretudo nesta nossa contemporaneidade tão rica de estímulos e tão pobre de respostas. Me encanto com ela (fico me perguntando quais são meus sonhos e qual é a minha loucura e porque não os materializo) e com a coragem do cara que a criou (creio que é a coragem que conta e não o $$$ na hora de sonhar acordado, tenha-se bom ou mau gosto).
Beijão
Bom te ver
Pois eu acho que era casa de veraneio de Gaudí.Ele devia vir pra cá, secretamente, no inverno europeu.Aplicou aqui tudo o que não teve coragem lá, porque aqui ninguém ia ver - tava no sertão! E o Anúbis, digo, o cachorro, é um guardião do templo que espera eternamente a volta do seu dono. Tão elementar, tô boba como ninguém percebeu isso antes!
Ahahahah!
Adorei essa, Jacyan! Certamente é a casa de veraneio do Gaudi.
E queres saber de mais? Assisti ontem um documentário sobre a obra de Nélson Leirner e também vi muitas semelhanças entre algumas das obras dele (o uso da repetição de objetos sugestivos para enfatizar a idéia de grupos, entidades de classe, "panelinhas", como santos, anjos, bibelôs) com alguns momentos dessa casa-templo (ou seria casa-tempo?).
E, sim, Anúbis aguarda o mestre, enquanto guarda a obra.
Nossa isso é mesmo muito parecido com as obras de Gaudí. Chego a ficar curiosa sobre as origens da obra. Parabéns pelas fotos do blog.. São todas muito lindas
Falou, Magabi.
Tenho vontade de voltar lá e tentar conversar com o dono daquela casa, saber um pouco mais sobre ela. No dia das fotos fugimos assustados com a "aparição" de "Anúbis". Se ele quisesse poderia pular sobre nós, na calçada. Sem falar que tudo pareceu misterioso demais. Tinha o fascínio, sim, mas te confesso que fiquei impressionado e com um medozinho no pé da espinha. E aí, pernas pra que te quero. eheheh.
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