Samuel Santos, autor e diretor de O amor do Galo pela Galinha Dágua, volta aos palcos nas mesmas funções com o Auto da barca dos mundos, espetáculo que envereda por dez "pequenos universos" nascidos da realidade que todos partilhamos. São mundos como o do casal incomunicável, o das gordas assumidas, o do homem e seu rim desaparecido e até o dos matadores de políticos. Recursos do teatro épico, direção segura, cena despojada, texto inédito elaborado ao longo do processo de criação da peça e um elenco bonito que sente prazer no que diz e faz em cena. Temas fortes expostos ora alternando, ora mesclando tons: poesia, drama, desabafo, provocação direta. O olhar inquieto e apaixonado diante do mundo contemporâneo renova o valor de um discurso tantas vezes esvaziado por práticas que o negam, mas que não caducou justamente por tratar da necessidade de que não se perca a consciência diante da incoerência e hipocrisia humanas - tristes de nós se desistirmos de nós. Pena que a temporada acabou hoje no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), mas deverá voltar em breve, assim que houver pauta num dos poucos teatros que restaram no Recife.
2 comentários:
Gosto de seus clicks e comentários, e de sua energia linda! Um abraço Paiê!
Valeu a força, filhão!
Embora eu já soubesse, ver assim declarado o que pensas de mim é deveras muito bacana.
Abração pra ti
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