Edjalma Freitas e Henrique Ponzi interpretam respectivamente o coveiro e Hamlet, personagens que compartilham a mesma cova na peça Encruzilhada Hamlet, escrita e dirigida por João Denys de Araújo Leite, que também assina a cenografia e os figurinos do espetáculo. Príncipe e vassalo em suas visões opostas, cruzam caminhos nos domínios da morte, revisando e confrontando a complementaridade de suas existências. Um trabalho desconcertante que reafirma o talento de Denys como grande encenador e contador de histórias, mantendo seus dois atores num cubículo e projetando a ação para além da restrição espacial explicitada pela cenografia. Assim, longe de ser enfadonho, Encruzilhada Hamlet leva a platéia a tomar como ponto de partida a impressão primeira e recorrente da imobilidade típica da morte para depois, aos poucos, deixar que cada espectador se depare com a constatação de que a vida verdadeira só se manifesta em gozo, unidade, infinitude, luz e transcendência. Certamente que algumas metáforas contidas na peça podem ser incômodas. Num mundo que oferece tantas possibilidades de nos agarrarmos a ilusões de estabilidade, é difícil aceitar ver que é possível morrer em vida pelo simples fato de se deixar imobilizar pelas circunstâncias. Belo trabalho.
Coordenação de produção de Edjalma Freitas, preparação de corpo de Miriam Asfora, iluminação de Saulo Uchoa, maquiagem de Marcondes Lima, preparação vocal de Rose Mary Martins e trilha sonora de Naná Vasconcelos.
Um comentário:
Luiz Felipe!!!!
O POSTE está em operação... não de luz e sim de blog!!!!rsrsrsrsrsrsrsrs
queria expressar que Liperama é minha inspiração! acompanho faz tempo... admiro seu trabalho!
abraços, Monalize.
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