Balsa
As balsas, pesadas e lentas em seu diálogo com as correntes das águas, fazem a gente entrar em contato com outro ritmo de contato com a realidade. A gente acaba se dando conta de que ansiedade e pressa nada têm a ver com natureza. Vai ser bom no dia em que a gente acordar e notar que ansiedade e pressa não têm nada a ver com a gente também.Penedo (AL), às margens do Rio São Francisco, janeiro de 2006.
2 comentários:
Fiquei pensando...
Desacelerar por alguns dias, tudo bem... Pode ser uma delícia!
Mas calma demais aflige!
Heheheheh!
Acho que não tenho cura...Mas sinto que mantenho um rítmo que tem a ver com a "minha" natureza!
:)
Ah, tu já estás 'curada', Ana!
Respeitar a própria natureza é a chave de tudo.
Na minha 'filosofagem' eu não estava falando que todos devemos andar em câmera lenta, mas que devíamos conhecer melhor nossas demandas interiores. Olhar as balsas deu-me um estalo de que elas (e seus comandantes) não forçam suas estruturas, não brigam com o rio, elas procuram dançar com ele e assim atingem seus objetivos sem problemas....
No post usei duas palavras-chave que confundem muito a gente: 'ansiedade' e 'pressa'. Para mim, 'ansiedade' é manter uma preocupação acerca do futuro mesmo quando já não sabemos mais o que fazer por esse futuro. 'Pressa' é quando a gente se obriga a por mais velocidade do que é necessário para atingir um objetivo ("o apressado come cru e quente", "melhor chegar tarde em casa do que cedo no cemitério", "quanto maior a pressa mais devagar se anda"). 'Ansiedade' e 'pressa' não são a mesma coisa que 'entusiasmo' e 'rapidez'. Acredito que é possível viver num ritmo intenso e estar em paz consigo e com tudo o que existe. Só falta aprender o caminho pra isso (rsrsrsrs).
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