O Liperama volta hoje à regularidade, após alguns dias sem micro à disposição (a chuva quase me levou mesmo, Ana). Na medida do possível vou repor os dias que faltaram - inclusive já comecei postando fotos para o São João (25/06) e São Pedro (29/06). Abraços a todos.
Madrugada fria, ruas perfumadas de fogueira, palha de milho e manjericão. Já vêm as saudades do ciclo junino que nem bem terminou. Benditos sejam, Santos Antônio, João e Pedro. Até o ano que vem se Deus quiser.
Porto de Pedras fica no litoral norte de Alagoas e é um dos lugares mais bonitos que conheci. Merece cuidados e sensibilidade de políticos, empresários e moradores, para crescer mantendo o que a torna bela e especial. Os riscos de descaracterização existem e, se a justificativa para isso for o dinheiro do turismo, vale lembrar que ninguém vai se interessar por um lugar feio, sujo e sem vida, igual a tantas outras praias já detonadas pelo mundo afora. Foto: janeiro de 2006.
São Cristóvão é uma importante cidade histórica sergipana, próxima a Aracaju. Tem um vasto e antigo casario, igrejas, conventos, lindo lugar. Merecia ter seus prédios melhor preservados e aproveitados, suas ruas melhor conservadas, uma sinalização bacana para orientar os visitantes. Para quem está só de passagem, fica a triste impressão de que os habitantes da cidade não gostam muito dela.
Gosto de brincar compondo molduras na hora de enquadrar os temas de que mais gosto. Lugares como essa paisagem do farol da Barra, que já é fotogênica, podem ficar ainda mais bonitos se a gente recua um pouco e deixa que os coqueiros se arrumem no primeiro plano.
O que o Carnaval tem de corpo, o São João tem de alma. Se os dias de Momo representam o abandono das cerebralidades em nome da liberação das demandas do corpo, os festejos juninos - em sua essência - parecem partir do que há na terra para criar uma ligação com o céu, através de folguedos mais leves que o ar, vívidos e intensos, porém fugidios, transcendentes, como as chamas das fogueiras e as estrelas dos fogos de artifício.

Fazia muitos anos que eu não via tanta chuva no Nordeste.

Quem disse que céu cinza é feio? Convoque um telhado maneiro, convide umas belas torres de igreja barroca de Penedo, organize tudo como numa foto de família e clique para conferir o resultado. Se algum fundo parecer esquisito, melhor pensar numa figura para dialogar numa boa com ele...

Os alagoanos cuidam bem do turismo em Maceió. Os edifícios são baixos, quase da altura dos coqueiros. Alagoas parece saber que, fazendo assim, os turistas podem ficar até mais tarde tomando sol, sem que a sombra dos prédios estrague a alegria deles. Sem falar que a cidade fica com um jeito bem mais humano, festivo e acolhedor. Se nota vale alguma coisa neste mundo, nota mil pra eles.

Liperameiros queridos, estou na estrada, por isso a regularidade dos posts está meio irregular. Na medida do possível pego um micro aqui e ali e atualizo as coisa neste lugar em algum lugar de todos os lugares. Grato a Paty e a Lana pelos espaços micrológicos.
Na Copa do Mundo até as famílias de árvores vão à praça assistir os jogos do Brasil num telão. Adoram a seleção brasileira, mas não negam o orgulho que sentem dos gramados dos estádios.

A baía de Sydney é uma das regiões mais bonitas da Austrália. O azul do mar realça o colorido das vilas nas encostas ajardinadas, cheias de restaurantes e mirantes perfeitos para namorar. Tudo bem, mas a baía da foto acima é a de Todos os Santos, vista da Ribeira, em Salvador (Brasil-sil-sil), linda como ela só.

Íntimo do oceano, o homem nadou por quase dois quilômetros com fluidez, ritmo e elegância. Algum tempo depois, aproximou-se da beira-mar, para onde também se dirigiram três jovens levando uma prancha de madeira. Com a ajuda dos jovens o nadador, cujas pernas eram atrofiadas, sentou-se na prancha e foi levado até a calçada onde uma cadeira de rodas o aguardava.
Chuvas torrenciais, rios ladeira abaixo, ribanceiras que desabam, corrida de obstáculos, trânsito que pára a si mesmo e a todo mundo, norte desnorteado de quem não reconhece o caminho de casa por entre as cortinas de água.
A nuvenzinha tentou, tentou, tentou, mas não conseguiu fazer uma imitação perfeita do navio. O resultado ficou até bom, mas a nuvem não se satisfez. O trabalho tinha que ser perfeito. Aí ela começou a chorar e o céu rosa ficou cinza e todas as outras nuvens, imitonas que são, desandaram a imitar a irmã. Choveu por uma semana.
Ontem, dia de Brasil x Croácia na Copa do Mundo, os estudantes da Escola de Teatro da UFBA ficaram na platéia e assistiram num telão a vitória brasileira. Foi uma tarde especial, com professores e alunos reunidos, muita alegria e uma feijoada super-elogiada promovida pela diretora Eliene Benício. Acho bonito - e sugestivo - o modo como escolas, escritórios, lojas, tudo naturalmente se ajusta e se energiza como uma família na hora de torcer pelo futebol do Brasil.
Que os desajustados se combinem, os desafinados se organizem, os perdidos se comuniquem, os distanciados se enraizem, os solteiros se divirtam, os casados se redescubram e os separados abram seus corações para receber a felicidade. E que a alegria tome conta de todos estes e dos casos que aqui não foram citados, pois a vida é um sonho sem limites! Está aberto mais um ciclo junino! Viva Santo Antônio!!!
O forte São Marcelo (1650) foi pensado para reforças as defesas contra os holandeses, que já haviam tentado tomar Salvador. Além da planta de formato circular, é um dos raros fortes no mundo erguido dentro da água - desafio para a época e marco da nossa engenharia. Para visitá-lo, só de barco, ou então nadando (Taí, promessa cumprida, Cidinha).
Era por volta das seis da manhã em Salvador (BA). Flagrei esse passarinho assim, como se vê na foto, junto com outros, no maior frio.
Acho que essa fondue de chocolate veio pra compensar a vontade que me deu de experimentar os doces das fotos de uma feira de guloseimas que a Ana colocou no blog dela e que me deixaram com água na boca... hummmmm. Acho que a feira acontece anualmente em Pelotas (RS). Quanto à fondue foi a Renata, amiga minha, que fez no aniversário dela. Parabéns, Rê!!!
Interessante você estar numa cidade, atravessar uma ponte e chegar noutra cidade. Assim acontece com Cachoeira e São Félix, no Recôncavo Baiano. O rio que as separa - ou as une - é o Paraguaçu. A foto foi tomada de Cachoeira e dá para ver São Félix ao fundo. As duas são centenárias e lindas.
Sem tanta pompa, perto do Farol da Barra fica o forte de Santa Maria, que foi restaurado há pouco tempo. É muito bonito, parece delicado, apesar da função bélica. Junto dele, do lado de lá, há um pequeno dique e uma plataforma de onde a garotada fica mergulhando na Baía. Parece divertido, mas é perigoso. Tem muitas pedras por ali. É só para quem conhece mesmo.
Eles chegaram juntos pra assistir o por-do-sol. De repente começaram a discutir, ela se levantou e foi embora. Ele ficou lá, sem ação - esqueceu até da paisagem. Alheio, nem percebeu o tamanho da distância que se interpôs entre ele e a beleza do lugar que o abraçava.
Dizem que hoje se abre um portal e que ele está relacionado com um sêxtuplo 6: dia 6 do mês 6 do ano de 2006 às 6 horas, 6 minutos e 6 segundos. 6 vezes 6! Isso dá 36. 3 mais 6 dá nove e noves fora zero. Zero é ponto de partida. Um novo. Para todos nós. Amor, paz, clareza e harmonia para todos é o que desejo neste novo caminho que se abre.
"365 igrejas a Bahia tem". E parece ter mais. No Pelourinho, para onde se olhe, lá estarão duas, três igrejas. Teatros e igrejas têm a mesma raiz funcional, lugares onde vamos em busca do que nos transcende e ao mesmo tempo nos espelha.Em primeiro plano, a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e ao fundo a torre da capela do antigo Convento do Carmo, que foi vendido e transformado em um hotel de luxo.
O capoeirista Manuel dos Reis Machado (1900-1974), o grande Mestre Bimba, recebeu este apelido por conta de uma aposta entre a mãe dele, que estava grávida, e uma parteira. Esta afirmava que nasceria um menino e a mãe insistia que seria uma menina. A parteira ganhou, claro. Ah, pra quem não sabe, bimba é um dos inúmeros nomes do pênis aqui no Nordeste.
A gente tem muito o que aprender sobre nossas contradições observando um bairro originalmente habitado por maioria afro-descendente, transformado numa espécie de shopping histórico-turístico a céu aberto, cujo nome, além de ser o de um aparelho com que supliciavam africanos escravizados nos tempos coloniais, também soa como "pé lourinho".