sábado, junho 24, 2006

São João
















O que o Carnaval tem de corpo, o São João tem de alma. Se os dias de Momo representam o abandono das cerebralidades em nome da liberação das demandas do corpo, os festejos juninos - em sua essência - parecem partir do que há na terra para criar uma ligação com o céu, através de folguedos mais leves que o ar, vívidos e intensos, porém fugidios, transcendentes, como as chamas das fogueiras e as estrelas dos fogos de artifício.

4 comentários:

Ana disse...

Aqui no sul as Festas Juninas não são tão significativas, mas acompanho a beleza que que elas têm aí, no nordeste!
Acho que se tivesse que escolher entre ir aí no carnaval ou em junho, escolheria as fogueiras e as estrelas dos fogos!

Anônimo disse...

Seja muito bem-vindo. Eu também estava sentindo a tua falta. Muito legal o que disseste sobre o S. João, que é um momento estreito entre Deus e nós. Relembrar nesse período do que o velho Lua Luiz Gonzaga fez pela nossa cultura nordestina é maravilhoso e nos dá um orgulho danado de sermos nordestino(a)s.
Um abração

Luiz Felipe Botelho disse...

Ah, Ana, pense nessa possibilidade de conhecer o Nordeste em junho. Claro que tem os circuitos das bandas de forró, a carnavalização da festa, mas também tem a tradição que continua viva. Acender fogueira, soltar fogos com as crianças, dançar um forró pé-de-serra sem tumulto, são coisas simples e cheias de encanto se a gente se deixa tocar por essa simplicidade.

Luiz Felipe Botelho disse...

Valeu, Cidinha. E o bom é que o grande Lua continua inspirando muita gente nova que está chegando. Fico feliz que essas tradições brasileiras estejam vivas e que a gente esteja aprendendo a ver que tradicional não tem nada a ver com descartável - até me pergunto se existe mesmo coisas que sejam realmente descartáveis (o pesquisador Edward Bach dizia que "o mal é o bem fora do lugar").