sábado, outubro 28, 2006

Quentura



















A primeira vez que Vânia se deparou com um potinho de wasabi (*), pensou que aquilo era patê. Pegou uma faca e tascou uma porção generosa em cima do primeiro tekamaki (**) que comeu na vida. Como aquele restaurante japonês era um universo novo também para mim, fiquei só olhando. E vi minha amiga, depois de começar a mastigar o inusitado canapé, arregalar os olhos e logo em seguida esconder o rosto atrás das mãos, como se chorasse. "Vânia, o que houve?" falei, preocupado. Ela baixou as mãos devagar, revelando uma face coradíssima, olhos injetados, lacrimejantes e um nariz de onde caía copiosa cachoeira de coriza. Começamos a rir descontroladamente da situação. Depois de uma estada de recomposição no toilette, ela comentou, conclusiva, jurando nunca mais repetir a dose: "se a pimenta da gente esquenta da boca pra baixo, essa japonesa se dana com tudo, da boca pra cima".

(*) Wasabi ou raiz-forte é aquela pasta verde comum nos restaurantes orientais, com a qual se costuma temperar sushis e sashimis.
(**) Bolinho de arroz envolto em alga e recheado com verduras, frutas, peixe cru ou atum.

11 comentários:

Anônimo disse...

ROTFLMAO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

GÊNERO CINEMATOGRÁFICO disse...

Que definição ÓTIMA de Vânia Felipe!!
É assim mesmo né, da boca para baixo e da boca para cima...confesso que a-do-ro nossa pimentinha.Ou seja, prefiro da boca para baixo. heheh
beijos

paty disse...

kkkkkkkkkkkk, essa situação foi bem cómica heim Lipe, rsss.Coitada da Vânia.Bjos

Luiz Felipe Botelho disse...

Putz, que palavra dez! Léo, what about a translation?

Luiz Felipe Botelho disse...

Ahahahahahahah!
Aleksandra, imaginar você de balrog é um desafio e tanto. Que namorado é esse, minha querida????? Mas, vamos considerar que ele estava inocente na história. Vai ver que para ele não era nada, como acontece aqui com alguns baianos, que comem pimenta sem qualquer sutileza.
Segredo meu: eu como wasabi. Misturo um pouco (to falando 'um pouco') com shoyu e dou só uma triscada com o sushi ou o que for. Fica muito legal. Recomendo.
Ahahahahah. Ainda estou rindo imaginando o 'fogaréu'.
Com Vânia eu tb não conseguia parar de rir.
Beijão pra ti

Luiz Felipe Botelho disse...

Também achei genial, Tchory.
O lance que acho ainda mais legal na nossa pimenta é o aroma. Um feijãozinho com um tempero de pimenta malagueta com azeite e alho, uuuuuui, é bom demais.
Mas também gosto de wasabi. Nos peixins crus e afins, claro.
:)

Luiz Felipe Botelho disse...

Loucura, hem Paty.
Ainda hoje, quando nos lembramos disso, rimos muito.
Bjão

Anônimo disse...

Claro, Felipe! Foi mal... sorry...
It means:
Rolling On The Floor Laughing My Ass Off!!!!!!!!! :D

Minha primeira esposa era coreana, e sempre me instruiu muito bem sobre a quente culinária asiática, thank god!

Luiz Felipe Botelho disse...

Ahahahahah!
Sakei, aliás, saquei! E não é que a cozinha asiática é quente mesmo? Mas a gente se acostuma...
:)

Aleksandra Pereira disse...

Ontem assisti ao "Wasabi", filme franco-japonês com o Jean Reno (que adoro), escrito e produzido pelo Luc Besson. Logo lembrei desse post, e do que passei e te escrevi. Contar a cena se você não o viu perderia a graça e o impacto, e o filme vale como diversão (com pancadas sobrando, tudo bem, mas ainda vale)

Luiz Felipe Botelho disse...

Vou procurar o Wasabi (o filme) para assistir. Fiquei curioso. Gosto muito de cinema, já te falei? Bom, acho que tem lá no perfil. E se não tiver, to falando aqui. :)
Depois eu comento lá no Lágrimas o resultado da sessão do Wasabi.
Valeui a dica.
Bjão