quinta-feira, agosto 31, 2006
Possível
O campanário se apaixonou pela palmeira e cismou que queria dar um beijo nela. Mas lembrou-se de que ele era de pedra e não podia se mover. Aí perguntou pra palmeira: "você consegue se esticar um pouquinho até aqui?". "Consigo", ela respondeu. "Então estica e me dá um beijo". A palmeira já ia se esticando toda quando se deu conta de uma coisa: "Ah, campanário, como vou lhe beijar? Eu não tenho boca". E o campanário, sorrindo com os sinos escancarados disse: "Me toque com suas folhas e me beije com a sua alma".
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4 comentários:
A impossibilidade do beijo parecia irremediável...
E fico pensando se o campanário não toca assim, escancaradamente, só pra não deixar a palmeira ainda mais triste!
que lindo menino...
ás vezes qdo tô meio de mal de Beto e ele com sua mninice toda nem vem pedir desculpa, me acordo de noite com ele bem longe na cama olhando pra mim e disfarçando que tá dormindo. Aí eu sinto o beijo na alma...às vezes faço de conta que nem vi...
bjs
Legal. Gostei da viagem, Ana.
Vou fazer a minha tb.
Acho que ali na história só mesmo a palmeira podia se mover e tocar. Mas na hora do beijo, o campanario nem precisaria sair do lugar pra beijar a palmeira . Ia com a alma mesmo. Sei lá, eu acho que ele queria juntar as duas coisas, uma do corpo (o toque) e uma da emoção (o beijo de alma), pra suprir as impossibilidades entre os dois e garantir o melhor dos dois mundos num único instante - corpo e alma em contato.
Obrigado, Tchory.
Acho que isso é comum na gente, digo, nos homens. Tem esse lado afobado, de partir pra cima, meio sem contactar com a emoção, só corpo. Mas tem o beijo de alma tb. Que aparece muito em horas como essa aí que tu falaste. Parece que eu to vendo. Sei bem o que é isso. Parece que homem nunca deixa de ser um pouco menino, né?
Bj.
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