Vejo o amor bem deste jeito Lipe. Imenso, profundo, oras pacífico, oras revolto.Pares vão e vão neste extenso mar do amar e nele ainda habita a solidão dos que esperam.Muito linda a foto e sua analogia.Lindo domingo Lipe.Beijão.
Ah, Alê, mas não é o mar que fica bravo. O vento, a lua, as criaturas, as forças do tempo e do espaço, é isso que manipula o mar. Ele está entregue a si mesmo, profundo, essencialmente acolhedor, não agride sem que o agridam, não esconde seu estado de espírito: basta olhar para ele que a gente sabe. Se o mar nos assusta, mesmo estando sereno, é preciso entrar devagarinho, com espírito aberto, brincando com as ondas... ;)
Isso é mesmo verdade, meu querido, o mar é muito mais limpo de se ler do que nós, seres humanos - o que não significa que seja menos perigoso ou intenso por isso.
Já tive medo do mar, apesar do fascínio que me leva sempre a margeá-lo, e querer sempre ir mais fundo (sem nenhuma conotação suicida!), pela força de me sentir pequeninha diante da imensidão.
Acho que por me ver tão mar é que o delineio assim,tão humano, dificilmente ele, mas eu, nós, o todo, uma riqueza de sentimentos, instabilidades, vontades, um lugar para lavar as lágrimas e sentir o sal da vida.
Bom, já que tu falaste de como te sentes em relação ao mar, vou falar como eu me sinto:
Não tenho medo do mar. Tenho medo de não saber ou não poder nadar quando estiver em águas profundas. Não é o mar que me apavora, mas a possibilidade de, em algum momento, eu me dar conta de que não estou sabendo lidar com ele. O mar não mata. O tsunami vem do impulso da terra que treme, a ressaca vem da força magnética da lua cheia, o afogamento vem da precipitação, do acidente marítimo. Por si mesmo, o mar é berçário, estrada, fonte, colírio, brinquedo. O mais é interferência, uso indevido da tremenda inocência.
E, sim, também concordo que o mar é mesmo intenso.
Tu nasceste no mundo do sargaço da gestação de búzios, nas areias. Correm águas do mar em tuas veias, dormem peixes de prata em teu regaço. Descobri tua origem, teu espaço, pelas canções marinhas que semeias. Por isso as tuas mãos são tão alheias, Por isso teu olhar é triste e baço.
Mas teu segredo é meu, ó, não me digas onde é tua pousada, onde é teu porto, e onde moram sereias tão amigas.
Quem te ouvir, ficará sem teu conforto pois não entenderá essas cantigas que trouxeste do fundo do mar morto.
Ah, Mari, me deixaste tronxo de encantamento. Está na cara que sou mesmo de um signo de água, transbordando que estou agora, diante desse belo e sincrônico poema-surpresa. Beijo e muito carinho pra ti.
Hummm... talvez haja quem morra sem saber que o que sempre sentiu era amor. Acredito que gente é amor. Mas a gente cresce na confusão e isso demanda um trabalho duro que é, no meio de tanta negação aprendida, ir se dando conta daquilo que nunca deixou de ser. Beijo grande
18 comentários:
Quanto azul, deus meu!!!!!!
Também me impressiona este azul, Léo. O mar lá do Recife é mais para o verde.
Vejo o amor bem deste jeito Lipe. Imenso, profundo, oras pacífico, oras revolto.Pares vão e vão neste extenso mar do amar e nele ainda habita a solidão dos que esperam.Muito linda a foto e sua analogia.Lindo domingo Lipe.Beijão.
Que pode trazer tempestades a um porto seguro.
Bem observado, Paty. Esse mar do amar cabe tudo isso, sim.
Beijão e boa semana pra ti
Ah, Alê, mas não é o mar que fica bravo. O vento, a lua, as criaturas, as forças do tempo e do espaço, é isso que manipula o mar. Ele está entregue a si mesmo, profundo, essencialmente acolhedor, não agride sem que o agridam, não esconde seu estado de espírito: basta olhar para ele que a gente sabe. Se o mar nos assusta, mesmo estando sereno, é preciso entrar devagarinho, com espírito aberto, brincando com as ondas... ;)
Isso é mesmo verdade, meu querido, o mar é muito mais limpo de se ler do que nós, seres humanos - o que não significa que seja menos perigoso ou intenso por isso.
Já tive medo do mar, apesar do fascínio que me leva sempre a margeá-lo, e querer sempre ir mais fundo (sem nenhuma conotação suicida!), pela força de me sentir pequeninha diante da imensidão.
Acho que por me ver tão mar é que o delineio assim,tão humano, dificilmente ele, mas eu, nós, o todo, uma riqueza de sentimentos, instabilidades, vontades, um lugar para lavar as lágrimas e sentir o sal da vida.
Bom, já que tu falaste de como te sentes em relação ao mar, vou falar como eu me sinto:
Não tenho medo do mar. Tenho medo de não saber ou não poder nadar quando estiver em águas profundas. Não é o mar que me apavora, mas a possibilidade de, em algum momento, eu me dar conta de que não estou sabendo lidar com ele. O mar não mata. O tsunami vem do impulso da terra que treme, a ressaca vem da força magnética da lua cheia, o afogamento vem da precipitação, do acidente marítimo. Por si mesmo, o mar é berçário, estrada, fonte, colírio, brinquedo. O mais é interferência, uso indevido da tremenda inocência.
E, sim, também concordo que o mar é mesmo intenso.
O mar daqui é roxo, quando profundo.
Beijo!
Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas,
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Tu nasceste no mundo do sargaço
da gestação de búzios, nas areias.
Correm águas do mar em tuas veias,
dormem peixes de prata em teu regaço.
Descobri tua origem, teu espaço,
pelas canções marinhas que semeias.
Por isso as tuas mãos são tão alheias,
Por isso teu olhar é triste e baço.
Mas teu segredo é meu, ó, não me digas
onde é tua pousada, onde é teu porto,
e onde moram sereias tão amigas.
Quem te ouvir, ficará sem teu conforto
pois não entenderá essas cantigas
que trouxeste do fundo do mar morto.
Amo Carlos Pena Filho...
Ah, Mari,
me deixaste tronxo de encantamento. Está na cara que sou mesmo de um signo de água, transbordando que estou agora, diante desse belo e sincrônico poema-surpresa.
Beijo e muito carinho pra ti.
O mar de Recife é roxo... Amei isso!
Sei de muita gente que morre sem ter visto o mar... Ah, o mar...
Será que também tem gente que morre sem saber o que é amar??
Hummm... talvez haja quem morra sem saber que o que sempre sentiu era amor. Acredito que gente é amor. Mas a gente cresce na confusão e isso demanda um trabalho duro que é, no meio de tanta negação aprendida, ir se dando conta daquilo que nunca deixou de ser.
Beijo grande
"talvez haja quem morra sem saber que o que sempre sentiu era amor."
Certíssimo. As coisas poderiam mesmo serem mais simples, nós é que complicamos tudo.
Beijo
Falou e disse, Alê.
Descomplicar é um aprendizado bom pra estes tempos de hoje.
Beijão
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